Quem nunca se questionou sobre o porquê dos sofrimentos, privações ou
mesmo perdas em sua história?
Todos
nós trazemos marcas que fomos adquirindo no decurso de nossa vida. Muitas delas
frutos de nossas próprias escolhas erradas ou ainda do pecado de outros que nos
feriram profundamente. É certo que, por mais que alguém tenha sido amado e
protegido em sua história, sempre tem algo que o marcou de forma negativa.
Mesmo nas produções da Disney os personagens sempre passam por uma situação de
provação antes do esperado: “... E
viveram felizes para sempre!” Ilusões à parte! Nossa história pessoal de
vida é bem concreta e real. Para enfatizar: ela é o que temos de mais real, faz
parte de nós! Ela é o conjunto de tudo o que vivenciamos de bom ou ruim.
Sabemos
que Deus nos criou para o amor e para a felicidade, porém, o pecado veio e
“maculou” esse plano. Assim, já não é bem só amor ou felicidade que encontramos
em nossa jornada! É como um rio que na sua nascente tem água pura, porém, à
medida que vai serpeando por entre os vales e matas seguindo seu curso em
direção ao mar acaba por perder a sua pureza inicial por causa dos muitos
resíduos que se misturam em suas águas.
O nosso
fundador tem nos convidado a juntamente com a Palavra de Deus, abraçarmos o
livro de nossa História Pessoal de Vida, e creio que esse apelo, não se
restringe apenas a nós missionários, mas a todas as pessoas, pois sem exceção
precisamos sempre trabalhar de algum modo realidades que ficaram mal resolvidas
em nós. Não importa se nossa história parece um livro de romance ou tragédia,
Deus sempre quer nos ensinar algo com a mesma. E mais ainda quer manifestar-se
através dela, tornando-a uma História de Salvação.
“A
Cruz contém em si todas as respostas!” (Magno Fernando).
Esta
afirmação expressa uma verdade profunda que se revela quando temos a coragem de
confrontarmos nossa história com a cruz de Cristo. Na sua história você
experimentou injustiças? A cruz também foi a maior de todas as injustiças feita
a Cristo. Você vivenciou perdas, solidão, abandono...? Cristo também
experimentou tudo isso! Mas, o que fez Cristo ir até as últimas consequências
foi ter os olhos fixos na missão que o Pai tinha confiado a Ele. Era uma missão
especial: Manifestar através da sua
doação total o amor misericordioso do Pai que nos ama e salva.
Convido você
a cantar este trecho desta canção bem conhecida que diz: “Vamos Jesus, passear na minha
vida. Quero voltar aos lugares que fiquei só. Quero voltar lá contigo, vendo
que estavas comigo, quero sentir teu amor a me embalar. Cura Senhor, onde dói.
Cura Senhor, bem aqui. Cura Senhor, onde eu não posso ir...”.
Em
IIReis 6,1-7, é narrado o milagre do machado que tendo caído na água volta à
tona. Também isso é o que precisa acontecer com nossa história. Deixar que
venham novamente todos os fatos e respectivos sentimentos à superfície de nossa
mente para que assim o Senhor mesmo possa com suas mãos de misericórdia tocar e
transformar. Além do mais, há muitas belezas a serem descobertas em seu passado,
inclusive a sua própria liberdade. Por isso, convido-te a fazer um caminho de:
Ø “Ressignificação” da sua própria História Pessoal de
Vida, que como já vimos, precisa passar pela Cruz.
Ø “Ordo amoris” – Tudo
ordenar para o amor, ou seja, entrar na história com a luz de Cristo e sua
misericórdia, deixando-nos com Cristo ver o amor de Deus em todas as circunstâncias
e situações de nossas vidas.
Ø Acolhimento do Mistério – Nossa vida com tudo o que ela contém
é um mistério de Deus! Tudo o que não
compreendemos será se vontade d’Ele revelado no tempo oportuno.
“Nunca um homem será mais ferido pela
vida do que amado por Deus, nunca!” (Daniel-Ange)
A Cruz tem muito a nos ensinar!
Tenhamos, pois a coragem de nos colocarmos disponíveis a aprendermos com este
mistério inesgotável de amor e sejamos gratos ao Pai, por termos sido
escolhidos para através da nossa história participarmos dos sofrimentos de
Cristo! Isso é um grande privilégio! Você não acha?
Olhe
para o Crucificado e verás que a sua História é verdadeiramente uma história de
Cruz e Gratidão!
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